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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Os Brasis do Brasil

Cada região deste imenso país, um dos maiores do mundo em extensão territorial, apresenta características tão peculiares, que se não fosse a língua mater, atravessando as fronteiras estaduais, poderíamos jurar estar em outro país. Os costumes, os termos, os sotaques, os significados das palavras assumem características díspares em cada região. No sul, por exemplo, rabo (de cavalo, cão, gato), é chamado de cola. "Solta a cola do gato guri!" é a maneira como os gaúchos diriam "Solta o rabo do gato pequeno!", e daí, vem o mais interessante. O paraense também usa o termo "cola" quando fala "Estou na tua cola", para designar que está bem perto. Cola, também neste caso, é usado no sentido de cauda e não de substância aderente. É só uma maneira de ilustrar uma destas estas diferenças, mas, o texto abaixo, circulando pela internet, e cujo autor não consegui descobrir, ilustra mais, digamos, didaticamente, o que quero dizer.


Maniçoba: o que para muitos parece "excremento de vaca", é uma das delícias do Pará. Nem todos se aventuram prová-la pela aparência exótica.
"Um dia eu tava buiado, pensei em ir lá em baixo comprar uns tamatás. 
Tava numa murrinha, mas criei coragem, peguei o sacrabala e fui. 
Chequei tarde só tinha peixe dispré. O maninho que estava vendendo 
tinha uma teba de orelha do tamanho dum bonde. O gala-seca espirrou em 
cima do tamatá do moço que tinha acabado de comprar, e no meu tembéim. 
Ficou tudo cheio de bustela...Axiiiiiii, porcaria! Não é potoca, não. 
O dono do tamatá muquiou o orelha-de-nós-todos, mas malinou mesmo. 
Saí dalí e fui comer uma unha. Escolhi uma porruda! Égua, quase levei 
o farelo depois. Me deu um piriri. Também...perece leso, comprar unha 
no veropa. Comprei uns mexilhões, um cupu e um pirarucu, mto 
fiiiiiirme, mas um pouco pitiú. 
Fui pra parada esperar o busão. Lá tinha duas pipira varejeira fazendo 
graça. Eu pensando com meus botões...ÊEEEE, ela já quer... Mas, veio 
um Paar-Ceasa sequinho e elas entraram...Fiquei na roça, levei o 
farelo. O sacrabala veio cheio e ainda começou a cair um toró, 
égua-muleke-tédoidé, pense num bonde lotado. Eu disse: éguaaaaaaaa, 
voimbora logo. 
No sacrabala lotado, com o vidro fechado por causa da chuva, começa 
aquele calor muito palha. Uma velha estava quase despombalecendo. Daí 
o velho que tava com ela gritava arreda aí menino pra senhora sentar 
aí do teu lado. O menino falou: Hmm, tá, cheiroso.."



Tradução:

“Um dia eu tinha bastante dinheiro e pensei em ir ao comércio comprar uns tamatás (peixe típico da região).
Tamatá
Estava com muita preguiça, mas criei coragem, peguei o ônibus Sacramenta (bairro perigoso) e fui.
Cheguei tarde e só havia peixes de má qualidade. O homem que estava vendendo tinha uma orelha muito grande. O sem noção espirrou em cima do tamatá do cliente que havia acabado de comprá-lo e no meu também.
Ficou tudo cheio de ranho. Nossa, que nojo! Não é mentira, não. O dono do tamatá encheu o orelhudo de porrada, mas judiou mesmo.
Unha de caranguejo
Saí dali e fui comer um salgado parecido com coxinha de frango, só que à base de caranguejo. Escolhi uma bem grande. Nossa, quase morri depois. Me deu um mal-estar. Também... pareço maluco, comprar um salgado à base de caranguejo no Ver-o-peso. Comprei uns mexilhões, um cupu-açú, fruto regional, e um pirarucu, peixe regional muito bom, mas com cheiro forte.
Cupu-açú
Fui à parada esperar o ônibus. Lá haviam duas moças de vida duvidosa fazendo gracejos. Eu pensando com meus botões...ÊEEE ela já me quer...Mas, veio um ônibus Paar-Ceasa vazio e elas entraram. Fiquei numa pior, morri.
O ônibus Sacramenta veio lotado e começou a cair uma chuva muito forte, nossa, cara, estás maluco? Imagine um ônibus lotado. Eu disse, nossaaaa, vou embora agora.
No Sacramenta lotado, com o vidro fechado por causa da chuva, começa aquele calor sem graça. Uma velha estava quase passando mal. Daí o velho que estava com ela gritava sai daí menino para a senhora sentar ao seu lado. O menino falou: humm tá bom seu folgado que eu levanto...”

De volta à rede

O mundo em que vivemos atualmente é um verdadeiro caos. Em todas as áreas e em todos os sentidos. Grandes emaranhados de ruas, relacionamentos, informações, contas, números e senhas. Neste emaranhado de senhas, fui vítima de minha própria displicência, acabando por configurar erroneamente este blog, ficando sem poder acessá-lo por um bom tempo. Já quase havia desistido, até que o suporte do Blogger conseguiu enfim, resolver meu pequeno apagão. Agora estou de volta, para devanear sobre as coisas que eu acho na internet, da vida, das pessoas.