Maniçoba: o que para muitos parece "excremento de vaca", é uma das delícias do Pará. Nem todos se aventuram prová-la pela aparência exótica.
"Um dia eu tava buiado, pensei em ir lá em baixo comprar uns tamatás. Tava numa murrinha, mas criei coragem, peguei o sacrabala e fui.
Chequei tarde só tinha peixe dispré. O maninho que estava vendendo
tinha uma teba de orelha do tamanho dum bonde. O gala-seca espirrou em
cima do tamatá do moço que tinha acabado de comprar, e no meu tembéim.
Ficou tudo cheio de bustela...Axiiiiiii, porcaria! Não é potoca, não.
O dono do tamatá muquiou o orelha-de-nós-todos, mas malinou mesmo.
Saí dalí e fui comer uma unha. Escolhi uma porruda! Égua, quase levei
o farelo depois. Me deu um piriri. Também...perece leso, comprar unha
no veropa. Comprei uns mexilhões, um cupu e um pirarucu, mto
fiiiiiirme, mas um pouco pitiú.
Fui pra parada esperar o busão. Lá tinha duas pipira varejeira fazendo
graça. Eu pensando com meus botões...ÊEEEE, ela já quer... Mas, veio
um Paar-Ceasa sequinho e elas entraram...Fiquei na roça, levei o
farelo. O sacrabala veio cheio e ainda começou a cair um toró,
égua-muleke-tédoidé, pense num bonde lotado. Eu disse: éguaaaaaaaa,
voimbora logo.
No sacrabala lotado, com o vidro fechado por causa da chuva, começa
aquele calor muito palha. Uma velha estava quase despombalecendo. Daí
o velho que tava com ela gritava arreda aí menino pra senhora sentar
aí do teu lado. O menino falou: Hmm, tá, cheiroso.."
Tradução:
“Um dia eu tinha bastante dinheiro e pensei em ir ao comércio comprar uns tamatás (peixe típico da região).
Tamatá
Estava com muita preguiça, mas criei coragem, peguei o ônibus Sacramenta (bairro perigoso) e fui.
Cheguei tarde e só havia peixes de má qualidade. O homem que estava vendendo tinha uma orelha muito grande. O sem noção espirrou em cima do tamatá do cliente que havia acabado de comprá-lo e no meu também.
Ficou tudo cheio de ranho. Nossa, que nojo! Não é mentira, não. O dono do tamatá encheu o orelhudo de porrada, mas judiou mesmo.
Ficou tudo cheio de ranho. Nossa, que nojo! Não é mentira, não. O dono do tamatá encheu o orelhudo de porrada, mas judiou mesmo.
Unha de caranguejo
Saí dali e fui comer um salgado parecido com coxinha de frango, só que à base de caranguejo. Escolhi uma bem grande. Nossa, quase morri depois. Me deu um mal-estar. Também... pareço maluco, comprar um salgado à base de caranguejo no Ver-o-peso. Comprei uns mexilhões, um cupu-açú, fruto regional, e um pirarucu, peixe regional muito bom, mas com cheiro forte.Cupu-açú
Fui à parada esperar o ônibus. Lá haviam duas moças de vida duvidosa fazendo gracejos. Eu pensando com meus botões...ÊEEE ela já me quer...Mas, veio um ônibus Paar-Ceasa vazio e elas entraram. Fiquei numa pior, morri.
O ônibus Sacramenta veio lotado e começou a cair uma chuva muito forte, nossa, cara, estás maluco? Imagine um ônibus lotado. Eu disse, nossaaaa, vou embora agora.
No Sacramenta lotado, com o vidro fechado por causa da chuva, começa aquele calor sem graça. Uma velha estava quase passando mal. Daí o velho que estava com ela gritava sai daí menino para a senhora sentar ao seu lado. O menino falou: humm tá bom seu folgado que eu levanto...”
Caraca ... muito boa essa tradução!!!!!!!
ResponderExcluirParabéns pela criatividade!!!
Eu sou paraense mas tenha td a certeza do mundo que não falo assim.
ResponderExcluirDe qualquer forma teu texto é interessante.